domingo, 29 de março de 2009

So FUN

1.Teacher: Here are two birds, one is a swallow, the other is sparrow. Now who can tell us which is which? Student: I cannot point out but I know the answer. Teacher: Please tell us. Student: The swallow is beside the sparrow and the sparrow is beside the swallow.

2."Can you tell me what fish net is made, Ann?" "A lot of little holes tied together with strings." replied the little girl.

3.George comes from school on the first of September. "George, how did you like your new teacher?" asked his mother. "I didn't like her, Mother,because she said that three and three were six and then she said that two and four were six too....."

4.One day a father was teaching his son and said, "The keys to your success are keeping your word and cleverness. Once you promise somebady a promise, you must carry it out on matter what will happen. This is called 'keeping one's word.' "What is cleverness? asked his son."Cleverness is that you'll never make such a promise, " the father asnswered.

5.Little Bobby: I've got a stomachache. Aunt Tess: That's because you haven't eaten and your stomach is empty, so it hurts. Little Bobby: Now I know why Uncle Harry has headache all the time. His head must be empty too.

6.A man walked into a new dinner and told the waitress, "I 'll have two fried eggs and a kind word." When the waitress came back with his order, the man said, "Thanks for the eggs, but how about the kind word?" The waitress then whispered , "Don't eat the eggs."

7.One guy goes to a doctor and says, "Doctor, my wife has lost her voice. What should I do to help her get it back? " The doctor replies, "Try to come home at 3 in the morning."

8.A cop pulled a car over on the highway for speeding. When he asked for the driver's license, the driver argued, "Speeding? But officer, I was only trying to keep a safe distance between my car and the car in back of me."

9.It was a woman's first time on a plane. She boarded the plane and found herself a window seat. After she settled in, a man came over and insisted that she was in his seat. She ignored him and told him to go away. "Okay," replied the man. "If that's the way you want it, you fly the plane."

10.A young businessman had just started his business, and rented a beautiful office. Sitting there, he saw a man come into the outer office. Wishing to appear busy, the businessman picked up the phone and pretended that he had a big deal working. He threw huge figures around and made giantcommitments.
Finally, he hung up and asked the visitor. "Can I help you?" The man said, "Sure. I've come to install the phone."

segunda-feira, 23 de março de 2009

Resumo do livro : O Pequeno Príncipe

O livro O Pequeno Príncipe publicado por Saint-Exupéry em 1943, em Nova York, é um dos livros mais bem concebidos pelo sentido humano, poesia, beleza e expressão formal de sua escrita. Nada nele é supérfluo. Sempre novo a cada leitura, não por inesperadas revelações, mas pela permanência de sua mensagem que nos mostra uma profunda mudança de valores. Mostra também que não precisamos esquecer o nosso lado criança quando diante do mundo, das nossas preocupações diárias.
Piloto de avião durante a Segunda Grande Guerra, o autor se fez o narrador da história, que começa com uma aventura vivida no deserto depois de uma pane no meio do Saara. Certa manhã, é acordado pelo Pequeno Príncipe, que lhe pede: "Desenha-me um carneiro?" É aí que começa o relato das fantasias de uma criança como as outras, que questiona as coisas mais simples da vida com pureza e ingenuidade. O principezinho havia deixado seu pequeno planeta, onde vivia apenas com uma rosa vaidosa e orgulhosa.
A flor embora bonita e cheirosa era vã e exigente, ingênua e orgulhosa! Acreditava que seus espinhos a protegeriam, exigiu que o príncipe a cobrisse com uma tela. Disse-lhe para colocá-la sob um globo de vidro à noite para protegê-la do frio. Embora o príncipe a amasse, estava cansado de ouvir-lhe as exigências, assim ele partiu de seu planeta com um bando de pássaros em migração.

Em suas andanças pela Galáxia, conheceu uma série de personagens inusitados – talvez não tão inusitados para as crianças!

Na Terra queria descobrir amigos e conhecer muitos lugares e coisas. Um dia conheceu a raposa e fez amizade. Umas das coisas que ela lhe dissera foi: - A gente só conhece bem as coisas que cativou, os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas, mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me! ...

Antoine de Saint-Exupéry via os adultos como pessoas incapazes de entender o sentido da vida, pois haviam deixado de ser a criança que um dia foram. Entendia que é difícil para os adultos (os quais considerava seres estranhos) compreender toda a sabedoria de uma criança.
Desta fábula foram feitos filmes, desenhos animados, além de adaptações. Muitos adultos até hoje se emocionam ao lembrar do livro. Talvez porque tenham se tornado “gente grande” sem esquecer de que um dia foram crianças.

Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Sonhei como Caetano Veloso.



Sim.. sonhei com ele, mas antes de contar o sonho, quero deixar bem claro que não gosto do Caetano, até acho que é um bom compositor, mas assim como o Chico Buarque de Holanda, não canta absolutamente nada. Não tem voz e é apenas um ótimo compositor.

Vamos lá. O sonho foi assim:

Sonhei que estava em uma festa (Não sei que tipo de festa, mas tinha muitas pessoas)
Daí o Caetano veio e ficou me olhando e tal, chegou bem perto e eu disse:

Caetano? Tudo bem ?
Ele pegou com as duas mão em minha cabeça, aproximou o seu rosto ao meu e me beijou na boca.

Sim.... ele me beijou na boca.

Daí algumas pessoas ficaram olhando horrorizadas e eu então disse a ele em seu ouvido:

Eu : Do you speak english?
Você fala inglês?

Ele : Yes
Sim

Eu: I think is better we get out of here, they will not understand.
Acho melhor a gente sair daqui, eles não vão entender.

Então saímos para a rua, parecia ser uma cidade litorânea, e ele começou a cantar para mim uma musica que era assim:

Nada dessa cica de palavra triste em mim na boca
Travo, trava mãe e papai, alma buena, dicha louca
Neca desse sono de nunca jamais nem never more
Sim, dizer que sim pra Cilu, pra Dedé, pra Dadi e Dó
Crista do desejo o destino deslinda-se em beleza:
Outras palavras
Outras palavras
Outras palavras

Acordei..

segunda-feira, 9 de março de 2009

sábado, 7 de março de 2009

PORQUE OS ÁRABES SUICIDAM-SE.....

Todo o mundo se pergunta: - Por que para os terroristas árabes é tão fácil se
suicidar?

Aqui estão as 21 possíveis razões:
É proibido:


01º - Sexo antes do casamento;
02º - Tomar bebidas alcoólicas;
03º - Ir a bares;
04º - Ver televisão;
05º - Usar a Internet;
06º - Esportes, estádios, festas com mulheres;
07º - Tocar buzina;
08º - Comer carne de porco;
09º - Música não religiosa;
10º - Ouvir rádio;
11º - Barbear-se;
Além disso:
12º - Tem areia por todos os lados e nenhum buggy para se divertir;
13º - Farrapos em lugar de roupas;
14º - Come-se carne de burro cozida sobre bosta de camelo;
15º - As mulheres usam burka e não dá para ver nem a cor dos olhos;
16º - A esposa é escolhida pelos outros e o rosto é visto só na procriação;
17º - Sexo depois de casado só para procriar e feito no escuro
com a mulher vestida com o shake;
18º - Reza-se para Alah:
- 06:00 às 09:00
- 12:00 às 15:00
- 16:00 às 18:00
- 21:00 às 00:00
- No pôr do Sol;
19º - A temperatura básica nos paises árabes é entre 45º e 58º
(em alguns lugares até mais altas);
20º - Para economia de água, banho apenas uma vez por mês, nas partes mais sujas
(pés).
E finalmente;
21º - Ensinam que, quando morrer, vai para o paraíso e terá tudo aquilo com que
sonha!

Fala a verdade... Você também não se mataria???...

quinta-feira, 5 de março de 2009

A foto abaixo do por do sol foi eu que bati.. heheh

Algumas fotos que adoro;




Uma breve história de Buda

Sidarta - cujo nome significa "aquele cujo objetivo é atingido" - nasceu em uma família nobre, por volta do ano 560 AC., na cidade de Kapilavastu, no Nepal.
Conta a lenda que no momento em que sua mãe fazia amor com seu pai, ela teve uma visão: seis elefantes, cada um com uma flor de lotus nas costas, caminhavam em sua direção. No instante seguinte, Sidarta era concebido.
Durante sua gestação, a rainha Maya, sua mãe, resolveu chamar os sábios de seu reino para interpretar a visão que tivera e eles foram unânimes em afirmar: a criança que estava para vir ao mundo seria um grande rei ou um grande sacerdote.
Sidarta teve uma infância e uma adolescência muito semelhante à nossa; seus pais não queriam, de jeito nenhum, que ele tomasse conhecimento da miséria do mundo. Assim, vivia confinado entre os muros do gigantesco palácio onde seus pais habitavam e onde tudo parecia perfeito e harmonioso. Casou, teve um filho e conhecia apenas os prazeres e as delícias da vida.
Entretanto, quando completou 29 anos, pediu certa noite a um dos guardas que o levasse até a cidade. O guarda reclamou, já que o rei podia ficar furioso, mas Sidarta foi tão insistente que o homem terminou por ceder, e os dois saíram.
A primeira coisa que viram foi um velho mendigo, de olhar triste, pedindo esmolas. Mais adiante encontrou um grupo de leprosos, e logo em seguida um cortejo fúnebre passou. "Nunca tinha visto isso!", deve ter comentado com o guarda, que possivelmente replicou: "Pois trata-se de velhice, doença, e morte." Voltando para o palácio, cruzaram com um homem santo, de cabeça raspada e vestido apenas com um manto amarelo, que dizia: " a vida me aterrorizava, então renunciei à tudo, de modo que não precise encarnar-me novamente e sofrer mais uma vez a velhice, a doença e a morte".
Na noite seguinte, Sidarta esperou que a mulher e o filho dormissem. Entrou silenciosamente no quarto, beijou-os e pediu de novo ao guarda que o conduzisse fora do palácio; ali, entregou-lhe sua espada com o punho cheio de pedras preciosas, sua roupa feita do tecido mais fino que a mão humana podia tecer, pedindo para que devolvesse tudo a seu pai; em seguida, raspou a cabeça, cobriu o corpo com um manto amarelo e partiu em busca de uma resposta para as dores do mundo.
Por muitos anos vagou pelo norte da Índia, encontrando-se com monges e homens santos que caminhavam por ali, aprendendo as tradições orais que falavam de reencarnação, ilusão e pagamento dos pecados de vidas passadas (carma). Quando julgou que já tinha aprendido o bastante, construiu para si mesmo um abrigo na margem do Rio Nairanjana, onde vivia fazendo penitência e meditando.
Seu estilo de vida e sua força de vontade terminaram atraindo a atenção de outros homens que, em busca da verdade, vieram ao seu encontro em busca de conselhos espirituais. Mas, depois de seis longos anos, tudo que Sidarta podia perceber era que seu corpo estava cada vez mais fraco, e as constantes infecções não lhe permitiam meditar como devia.
Conta a lenda que, certa manhã, ao entrar no rio para fazer sua higiene pessoal, já não teve forças para levantar-se; quando ia morrendo afogado, uma árvore curvou seus ramos, permitindo que ele se agarrasse, e não fosse levado pela correnteza. Exausto, conseguiu chegar até a margem, onde desmaiou.
Horas depois, passou pelo local um camponês que vendia leite e ofereceu-lhe um pouco de alimento. Sidarta aceitou, para horror dos outros homens que ali viviam com ele. Achando que aquele santo não tinha conseguido mais forças para resistir à tentação, resolveram deixa-lo de imediato. Mas ele bebeu de bom grado o leite que fora oferecido, achando que ali estava um sinal de Deus e uma benção dos céus.
Animado com a refeição que acabara de comer, ele não deu importância à partida dos antigos discípulos; sentou-se junto à uma figueira e resolveu continuar meditando sobre a vida e o sofrimento. Para testa-lo, o deus Mara enviou três de suas filhas, que procuraram distrai-lo com pensamentos sobre o sexo, a sede, e os prazeres da vida. Mas Sidarta estava tão absorto em sua meditação, que não percebeu nada disso; naquele momento ele passava por uma espécie de revelação, recordando-se de todas as suas vidas passadas. A medida que fazia isso, lembrava-se também das lições que havia esquecido (já que todos os homens aprendem o necessário, mas raramente são capazes de utilizar o que aprenderam).
No seu estado de êxtase experimentou o Paraíso (Nirvana), onde "não há terra, nem água, nem fogo, nem ar, que não é este mundo nem outro mundo e onde não existe nem sol, nem lua, nem nascimento, nem morte. Ali está o fim de todo o sofrimento do homem."
No final daquela manhã, ele atingira o verdadeiro sentido da vida, e transformara-se em Buda (o Iluminado). Mas, ao invés de permanecer neste estado pelo resto de seus dias, resolveu voltar ao convívio humano e ensinar a todos sobre o que tinha aprendido e experimentado.
Aquele que antes se chamava Sidarta, agora transformado em Buda, deixou para trás a árvore sob cujos ramos conseguira atingir a iluminação e partiu para a cidade de Sarnath, onde encontrou os seus antigos companheiros e desenhou um círculo no chão, para representar a roda da existência que leva constantemente ao nascimento e à morte. Explicou que não tinha sido feliz como um príncipe que possuía tudo, mas tampouco aprendera a sabedoria através da renúncia total. O que o ser humano devia buscar para chegar ao Paraíso, era o chamado "caminho do meio": nem buscar a dor, nem ser escravo do prazer.
Os homens, impressionados com aquilo que ouviam de Buda, resolveram segui-lo, peregrinando de cidade em cidade. À medida que escutavam a boa nova, mais e mais discípulos e discípulas se juntavam ao grupo e Buda começou a organizar comunidades de devotos, partindo do princípio que eles podiam se ajudar mutuamente nos deveres do corpo e do espírito.
Em uma dessas viagens, Buda regressou à sua cidade natal, e seu pai sofreu muito ao vê-lo pedindo esmolas. Mas ele beijou seus pés, dizendo: "o senhor pertence à uma linhagem de reis, mas eu pertenço a uma linhagem de Budas, e milhares deles também viviam de esmolas." O rei lembrou-se da profecia que fora feita durante a sua concepção, e reconciliou-se com Buda. Seu filho e sua mulher, que por muitos anos se queixavam de ter sido abandonados, terminaram por compreender sua missão e fundaram uma comunidade onde seus ensinamentos passaram a ser transmitidos.
Quando estava chegando aos oitenta anos de idade, comeu um alimento estragado e soube que iria morrer de intoxicação. Ajudado pelos discípulos, conseguiu viajar até Kusinhagara, onde deitou-se pela última vez ao lado de uma árvore.
Buda chamou seu primo Ananda e disse:
- "Estou velho e minha peregrinação nesta vida está próxima do final. Meu corpo parece uma carroça que já foi muito usada, e mantém-se funcionando apenas porque algumas de suas peças estão precariamente amarradas com tiras de couro. Mas agora basta, é o momento de partir -."
Depois virou-se para os seus discípulos e quis saber se alguém tinha alguma dúvida. Ninguém disse nada. Três vezes fez a pergunta, mas todos permaneceram em silêncio.
Buda morreu sorrindo. Seus ensinamentos, hoje codificados sob a forma de uma religião filosófica estão espalhados por quase toda a Ásia. Consistem, em essência, de uma profunda compreensão de si mesmo e de um grande respeito pelo próximo.

Amigos são pra essas coisas

Quem me dera todas as palavras expressarem o que sinto por você, mas diante dessa situação, todas se calam e todas não fazem mais sentido. A alegria de não enlouquecer com tudo isso está no brilho do seu sorriso. Calem-se agora!!!, o silêncio para contemplar a sua beleza é o suficiente, ainda me restou o sentido da visão. Mas mesmo que não me restasse nem um dos sentidos, o amor o qual eu sinto por você jamais será consumido. E assim é a nossa amizade. Baseada em verdade e liberdade.

Amigos são pra essas coisas mesmo.

Manfres.



Gatinhos adotados.. hehhe

domingo, 1 de março de 2009

Resultado do muro que caiu bloqueando a passagem do rio.

VENHA VER O PÔR DO SOL

Esse conto me foi indicado por uma amiga, li gostei e quero postar. Abraços.

VENHA VER O PÔR DO SOL

ELA SUBIU sem pressa a tortuosa ladeira. À medida que avançava, as casas iam rareando, modestas casas espalhadas sem simetria e ilhadas em terrenos baldios. No meio da rua sem calçamento, coberta aqui e ali por um mato rasteiro, algumas crianças brincavam de roda. A débil cantiga infantil era a única nota viva na quietude da tarde.
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Ele a esperava encostado a uma árvore. Esguio e magro, metido num largo blusão azul-marinho, cabelos crescidos e desalinhados, tinham um jeito jovial de estudante.
- Minha querida Raquel.Ela encarou-o, séria. E olhou para os próprios sapatos.
- Vejam que lama. Só mesmo você inventaria um encontro num lugar destes. Que idéia, Ricardo, que idéia! Tive que descer do taxi lá longe, jamais ele chegaria aqui em cimaEle sorriu entre malicioso e ingênuo.
- Jamais, não é? Pensei que viesse vestida esportivamente e agora me aparece nessa elegância...Quando você andava comigo, usava uns sapatões de sete-léguas, lembra?- Foi para falar sobre isso que você me fez subir até aqui?
- perguntou ela, guardando as luvas na bolsa. Tirou um cigarro. - Hem?!- Ah, Raquel... - e ele tomou-a pelo braço rindo.- Você está uma coisa de linda. E fuma agora uns cigarrinhos pilantras, azul e dourado...Juro que eu tinha que ver uma vez toda essa beleza, sentir esse perfume. Então fiz mal? - Podia ter escolhido um outro lugar, não?
– Abrandara a voz
– E que é isso aí? Um cemitério? Ele voltou-se para o velho muro arruinado. Indicou com o olhar o portão de ferro, carcomido pela ferrugem.
- Cemitério abandonado, meu anjo.

Vivos e mortos, desertaram todos. Nem os fantasmas sobraram, olha aí como as criancinhas brincam sem medo
– acrescentou, lançando um olhar às crianças rodando na sua ciranda. Ela tragou lentamente. Soprou a fumaça na cara do companheiro. Sorriu.
- Ricardo e suas idéias. E agora? Qual é o programa?Brandamente ele a tomou pela cintura.- Conheço bem tudo isso, minha gente está enterrada aí. Vamos entrar um instante e te mostrarei o pôr do sol mais lindo do mundo.Perplexa, ela encarou-o um instante. E vergou a cabeça para trás numa risada.
- Ver o pôr do sol!...Ah, meu Deus...Fabuloso, fabuloso!...Me implora um último encontro, me atormenta dias seguidos, me faz vir de longe para esta buraqueira, só mais uma vez, só mais uma! E para quê? Para ver o pôr do sol num cemitério...Ele riu também, afetando encabulamento como um menino pilhado em falta.- Raquel minha querida, não faça assim comigo. Você sabe que eu gostaria era de te levar ao meu apartamento, mas fiquei mais pobre ainda, como se isso fosse possível. Moro agora numa pensão horrenda, a dona é uma Medusa que vive espiando pelo buraco da fechadura...

- E você acha que eu iria?- Não se zangue, sei que não iria, você está sendo fidelíssima. Então pensei, se pudéssemos conversar um instante numa rua afastada...- disse ele, aproximando-se mais. Acariciou-lhe o braço com as pontas dos dedos. Ficou sério. E aos poucos, inúmeras rugazinhas foram se formando em redor dos seus olhos ligeiramente apertados. Os leques de rugas se aprofundaram numa expressão astuta. Não era nesse instante tão jovem como aparentava. Mas logo sorriu e a rede de rugas desapareceu sem deixar vestígio. Voltou-lhe novamente o ar inexperiente e meio desatento

–Você fez bem em vir.- Quer dizer que o programa... E não podíamos tomar alguma coisa num bar?- Estou sem dinheiro, meu anjo, vê se entende.- Mas eu pago.- Com o dinheiro dele? Prefiro beber formicida. Escolhi este passeio porque é de graça e muito decente, não pode haver passeio mais decente, não concorda comigo? Até romântico.Ela olhou em redor. Puxou o braço que ele apertava.

- Foi um risco enorme Ricardo. Ele é ciumentíssimo. Está farto de saber que tive meus casos. Se nos pilha juntos, então sim, quero ver se alguma das suas fabulosas idéias vai me consertar a vida.- Mas me lembrei deste lugar justamente porque não quero que você se arrisque, meu anjo. Não tem lugar mais discreto do que um cemitério abandonado, veja, completamente abandonado – prosseguiu ele, abrindo o portão. Os velhos gonzos gemeram.
– Jamais seu amigo ou um amigo do seu amigo saberá que estivemos aqui.- É um risco enorme, já disse . Não insista nessas brincadeiras, por favor. E se vem um enterro? Não suporto enterros.- Mas enterro de quem? Raquel, Raquel, quantas vezes preciso repetir a mesma coisa?! Há séculos ninguém mais é enterrado aqui, acho que nem os ossos sobraram, que bobagem. Vem comigo, pode me dar o braço, não tenha medo...O mato rasteiro dominava tudo. E, não satisfeito de ter se alastrado furioso pelos canteiros, subira pelas sepulturas, infiltrando-se ávido pelos rachões dos mármores, invadira alamedas de pedregulhos esverdinhados, como se quisesse com a sua violenta força de vida cobrir para sempre os últimos vestígios da morte.

Foram andando vagarosamente pela longa alameda banhada de sol. Os passos de ambos ressoavam sonoros como uma estranha música feita do som das folhas secas trituradas sobre os pedregulhos. Amuada mas obediente, ela se deixava conduzir como uma criança. Às vezes mostrava certa curiosidade por uma ou outra sepultura com os pálidos medalhões de retratos esmaltados.
- É imenso, hem? E tão miserável, nunca vi um cemitério mais miserável, é deprimente
– exclamou ela atirando a ponta do cigarro na direção de um anjinho de cabeça decepada.
- Vamos embora, Ricardo, chega.
- Ah, Raquel, olha um pouco para esta tarde! Deprimente por quê? Não sei onde foi que eu li, a beleza não está nem na luz da manhã nem na sombra da tarde, está no crepúsculo, nesse meio-tom, nessa ambigüidade. Estou lhe dando um crepúsculo numa bandeja e você se queixa.- Não gosto de cemitério, já disse. E ainda mais cemitério pobre.Delicadamente ele beijou-lhe a mão.- Você prometeu dar um fim de tarde a este seu escravo.

- É, mas fiz mal. Pode ser muito engraçado, mas não quero me arriscar mais.- Ele é tão rico assim?- Riquíssimo. Vai me levar agora numa viagem fabulosa até o Oriente. Já ouviu falar no Oriente? Vamos até o Oriente, meu caro...Ele apanhou um pedregulho e fechou-o na mão. A pequenina rede de rugas voltou a se estender em redor dos seus olhos. A fisionomia, tão aberta e lisa, repentinamente escureceu, envelhecida. Mas logo o sorriso reapareceu e as rugazinhas sumiram.
- Eu também te levei um dia para passear de barco, lembra?Recostando a cabeça no ombro do homem, ela retardou o passo.- Sabe Ricardo, acho que você é mesmo tantã...Mas, apesar de tudo, tenho às vezes saudade daquele tempo. Que ano aquele! Palavra que, quando penso, não entendo até hoje como agüentei tanto, imagine um ano.
- É que você tinha lido A dama das Camélias, ficou assim toda frágil, toda sentimental. E agora? Que romance você está lendo agora. Hem?

- Nenhum

- respondeu ela, franzindo os lábios. Deteve-se para ler a inscrição de uma laje despedaçada: - A minha querida esposa, eternas saudades - leu em voz baixa. Fez um muxoxo.- Pois sim. Durou pouco essa eternidade.Ele atirou o pedregulho num canteiro ressequido.Mas é esse abandono na morte que faz o encanto disto. Não se encontra mais a menor intervenção dos vivos, a estúpida intervenção dos vivos. Veja- disse, apontando uma sepultura fendida, a erva daninha brotando insólita de dentro da fenda -, o musgo já cobriu o nome na pedra. Por cima do musgo, ainda virão as raízes, depois as folhas...Esta a morte perfeita, nem lembrança, nem saudade, nem o nome sequer. Nem isso.Ela aconchegou-se mais a ele. Bocejou.
- Está bem, mas agora vamos embora que já me diverti muito, faz tempo que não me divirto tanto, só mesmo um cara como você podia me fazer divertir assim
– Deu-lhe um rápido beijo na face.
- Chega Ricardo, quero ir embora.
- Mais alguns passos...
- Mas este cemitério não acaba mais, já andamos quilômetros!
– Olhou para atrás.
– Nunca andei tanto, Ricardo, vou ficar exausta.
- A boa vida te deixou preguiçosa. Que feio
– lamentou ele, impelindo-a para frente.
– Dobrando esta alameda, fica o jazigo da minha gente, é de lá que se vê o pôr do sol.
– E, tomando-a pela cintura: - Sabe, Raquel, andei muitas vezes por aqui de mãos dadas com minha prima. Tínhamos então doze anos. Todos os domingos minha mãe vinha trazer flores e arrumar nossa capelinha onde já estava enterrado meu pai. Eu e minha priminha vínhamos com ela e ficávamos por aí, de mãos dadas, fazendo tantos planos. Agora as duas estão mortas.- Sua prima também?- Também. Morreu quando completou quinze anos.

Não era propriamente bonita, mas tinha uns olhos...Eram assim verdes como os seus, parecidos com os seus. Extraordinário, Raquel, extraordinário como vocês duas...Penso agora que toda a beleza dela residia apenas nos olhos, assim meio oblíquos, como os seus.- Vocês se amaram?- Ela me amou. Foi a única criatura que...
- Fez um gesto.
– Enfim não tem importância.Raquel tirou-lhe o cigarro, tragou e depois devolveu-o - Eu gostei de você, Ricardo.- E eu te amei. E te amo ainda. Percebe agora a diferença?Um pássaro rompeu o cipreste e soltou um grito. Ela estremeceu.
- Esfriou, não? Vamos embora.- Já chegamos, meu anjo. Aqui estão meus mortos.Pararam diante de uma capelinha coberta de alto a baixo por uma trepadeira selvagem, que a envolvia num furioso abraço de cipós e folhas. A estreita porta rangeu quando ele a abriu de par em par. A luz invadiu um cubículo de paredes enegrecidas, cheias de estrias de antigas goteiras. No centro do cubículo, um altar meio desmantelado, coberto por uma toalha que adquirira a cor do tempo. Dois vasos de desbotada opalina ladeavam um tosco crucifixo de madeira.

Entre os braços da cruz, uma aranha tecera dois triângulos de teias já rompidas, pendendo como farrapos de um manto que alguém colocara sobre os ombro do Cristo. Na parede lateral, à direita da porta, uma portinhola de ferro dando acesso para uma escada de pedra, descendo em caracol para a catacumba.Ela entrou na ponta dos pés, evitando roçar mesmo de leve naqueles restos da capelinha.- Que triste é isto, Ricardo. Nunca mais você esteve aqui?Ele tocou na face da imagem recoberta de poeira. Sorriu melancólico.- Sei que você gostaria de encontrar tudo limpinho, flores nos vasos, velas, sinais da minha dedicação, certo?- Mas já disse que o que eu mais amo neste cemitério é precisamente esse abandono, esta solidão. As pontes com o outro mundo foram cortadas e aqui a morte se isolou total. Absoluta.Ela adiantou-se e espiou através das enferrujadas barras de ferro da portinhola. Na semi-obscuridade do subsolo, os gavetões se estendiam ao longo das quatro paredes que formavam um estreito retângulo cinzento.- E lá embaixo? - Pois lá estão as gavetas. E, nas gavetas, minhas raízes. Pó, meu anjo, pó- murmurou ele. Abriu a portinhola e desceu a escada. Aproximou-se de uma gaveta no centro da parede, segurando firme na alça de bronze, como se fosse puxá-la.

– A cômoda de pedra. Não é grandiosa?Detendo-se no topo da escada, ela inclinou-se mais para ver melhor.
- Todas estas gavetas estão cheias?- Cheias?...
- Sorriu.
- Só as que tem o retrato e a inscrição, está vendo? Nesta está o retrato da minha mãe, aqui ficou minha mãe- prosseguiu ele, tocando com as pontas dos dedos num medalhão esmaltado, embutido no centro da gaveta.Ela cruzou os braços. Falou baixinho, um ligeiro tremor na voz.- Vamos, Ricardo, vamos.- Você está com medo?- Claro que não, estou é com frio. Suba e vamos embora, estou com frio!Ele não respondeu. Adiantara-se até um dos gavetões na parede oposta e acendeu um fósforo. Inclinou-se para o medalhão frouxamente iluminado:
- A priminha Maria Emília. Lembro-me até do dia em que tirou esse retrato. Foi umas duas semanas antes de morrer... Prendeu os cabelos com uma fita azul e vejo-a se exibir, estou bonita? Estou bonita?...
- Falava agora consigo mesmo, doce e gravemente.- Não, não é que fosse bonita, mas os olhos...Venha ver, Raquel, é impressionante como tinha olhos iguais aos seus.Ela desceu a escada, encolhendo-se para não esbarrar em nada.- Que frio que faz aqui. E que escuro, não estou enxergando...Acendendo outro fósforo, ele ofereceu-o à companheira.- Pegue, dá para ver muito bem...
- Afastou-se para o lado.- Repare nos olhos.
- Mas estão tão desbotados, mal se vê que é uma moça...
- Antes da chama se apagar, aproximou-a da inscrição feita na pedra. Leu em voz alta, lentamente.
- Maria Emília, nascida em vinte de maio de mil oitocentos e falecida...
- Deixou cair o palito e ficou um instante imóvel
– Mas esta não podia ser sua namorada, morreu há mais de cem anos! Seu menti...Um baque metálico decepou-lhe a palavra pelo meio. Olhou em redor. A peça estava deserta. Voltou o olhar para a escada. No topo, Ricardo a observava por detrás da portinhola fechada. Tinha seu sorriso meio inocente, meio malicioso.- Isto nunca foi o jazigo da sua família, seu mentiroso? Brincadeira mais cretina!
– exclamou ela, subindo rapidamente a escada. – Não tem graça nenhuma, ouviu?Ele esperou que ela chegasse quase a tocar o trinco da portinhola de ferro. Então deu uma volta à chave, arrancou-a da fechadura e saltou para trás.- Ricardo, abre isto imediatamente! Vamos, imediatamente!
– ordenou, torcendo o trinco.- Detesto esse tipo de brincadeira, você sabe disso. Seu idiota! É no que dá seguir a cabeça de um idiota desses. Brincadeira mais estúpida!- Uma réstia de sol vai entrar pela frincha da porta, tem uma frincha na porta. Depois, vai se afastando devagarinho, bem devagarinho. Você terá o pôr do sol mais belo do mundo.Ela sacudia a portinhola.
- Ricardo, chega, já disse! Chega! Abre imediatamente, imediatamente!
- Sacudiu a portinhola com mais força ainda, agarrou-se a ela, dependurando-se por entre as grades. Ficou ofegante, os olhos cheios de lágrimas. Ensaiou um sorriso.
- Ouça, meu bem, foi engraçadíssimo, mas agora preciso ir mesmo, vamos, abra...Ele já não sorria. Estava sério, os olhos diminuídos. Em redor deles, reapareceram as rugazinhas abertas em leque.- Boa noite, Raquel.
- Chega, Ricardo! Você vai me pagar!...
- gritou ela, estendendo os braços por entre as grades, tentando agarrá-lo.

- Cretino! Me dá a chave desta porcaria, vamos!- exigiu, examinando a fechadura nova em folha. Examinou em seguida as grades cobertas por uma crosta de ferrugem. Imobilizou-se. Foi erguendo o olhar até a chave que ele balançava pela argola, como um pêndulo. Encarou-o, apertando contra a grade a face sem cor. Esbugalhou os olhos num espasmo e amoleceu o corpo. Foi escorregando.

- Não, não...Voltado ainda para ela, ele chegara até a porta e abriu os braços. Foi puxando as duas folhas escancaradas.- Boa noite, meu anjo.Os lábios dela se pregavam um ao outro, como se entre eles houvesse cola. Os olhos rodavam pesadamente numa expressão embrutecida.- Não...Guardando a chave no bolso, ele retomou o caminho percorrido. No breve silêncio, o som dos pedregulhos se entrechocando úmidos sob seus sapatos. E, de repente, o grito medonho, inumano:

- NÃO!Durante algum tempo ele ainda ouviu os gritos que se multiplicaram, semelhantes aos de um animal sendo estraçalhado. Depois, os uivos foram ficando mais remotos, abafados como se viessem das profundezas da terra. Assim que atingiu o portão do cemitério, ele lançou ao poente um olhar mortiço. Ficou atento. Nenhum ouvido humano escutaria agora qualquer chamado. Acendeu um cigarro e foi descendo a ladeira. Crianças ao longe brincavam de roda.

Lygia Fagundes Telles