domingo, 3 de março de 2013

Metonímia O que é?

Você sabe a diferença entre o borracheiro e a borracharia?
Podemos ir ao borracheiro? Ao médico? E ao dentista?
Se você nunca pensou no assunto, leia o texto a seguir.
Metonímia é uma palavra de origem grega, formada por “meta” (= mudança) + “onímia” (= nome). Ao pé da letra, metonímia é o uso de um nome por outro.
Metonímia é uma figura de retórica que consiste no emprego de uma palavra fora do seu sentido básico (do seu contexto semântico normal), por efeito de contigüidade, de associação de idéias.
É diferente da metáfora, que consiste no emprego de uma palavra fora do seu sentido básico por efeito de uma semelhança. No caso da metáfora, trata-se de uma relação comparativa; no caso da metonímia, é uma relação objetiva, de base contextual.

Vejamos alguns exemplos de metonímia:

a) relação metonímica de tipo qualitativo:

1. matéria por objeto: “O ouro (=dinheiro) só lhe trouxe
infelicidade”; “Os bronzes (=sinos) repicavam no alto do campanário”;
2. autor por obra: “Seu maior sonho era comprar um Picasso
(=quadro de Picasso); “Adorava ler Jorge Amado” (=livros de Jorge Amado);
3. proprietário pela propriedade: “Ontem fomos ao Álvaro
(=bar do Álvaro);
4. continente por conteúdo: “Adora macarrão, por isso comeu
três pratos” (=o macarrão de três pratos);
5. conseqüência pela causa (também chamada Metalepse):
“Ele não respeitou seus cabelos brancos” (= velhice); “Venceu graças ao suor (= trabalho, esforço) do seu rosto”;
6. cor pelo objeto: “O vermelho (= sangue) lhe corria pelas
veias”; “As andorinhas voavam pelo azul (= céu) do Rio de Janeiro”;
7. instrumento pelo agente: “Ayrton Senna foi um grande
volante” (= piloto de carros de corrida);
8. abstrato pelo concreto: “O crime (= criminosos) habita
aquela casa”; “Esperava pelo voto das lideranças” (= líderes);


b) relação metonímica do tipo quantitativo (também chamada de
Sinédoque):

1. parte pelo todo: “As asas (= pássaros) cortavam os céus de
Copacabana”; “Precisa de mais braços (= trabalhadores) para desenvolver a sua lavoura”;
2. singular pelo plural: “O inimigo (= inimigos) estava em toda
parte”; “Precisamos pensar mais no idoso” (= pessoas idosas);
3. gênero pela espécie (ou vice-versa): “Seu maior sonho era
pertencer à sociedade (= alta sociedade) paulistana”; “O homem (= humanidade) deve respeitar mais a natureza”.
Leitor quer saber se “ir ao borracheiro” não está errado, pois verdadeiramente “vamos à borracharia”.
Não é uma questão de certo ou errado. Borracharia é o estabelecimento onde se vendem ou se consertam pneumáticos e câmaras de ar. Borracheiro é quem trabalha numa borracharia, mas também pode ser usado como sinônimo de borracharia.
Trata-se de uma relação metonímica perfeitamente aceitável e registrada em nossos principais dicionários.
É um caso semelhante ao de “ir ao dentista” (= clínica dentária) e “ir ao médico” (= consultório médico).



Metonímia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 
Metonímia ou transnominação é uma figura de linguagem que consiste no emprego de um termo por outro, dada a relação de semelhança ou a possibilidade de associação entre eles. Por exemplo, "Palácio do Planalto" é usado como um metônimo (uma instância de metonímia) para representar a presidência do Brasil, por ser localizado lá o gabinete presidencial.
A metonímia é geralmente utilizada para a não repetição de palavras em textos. Como em entrevistas nas quais o entrevistado (ex.: Jorge Amado) pode tanto ser chamado pelo primeiro nome, pelo sobrenome ou pelo nome completo (ex.: Jorge declarou, Amado declarou, ou Jorge Amado declarou).

Sinédoque

A sinédoque é um tipo de metonímia que consiste na atribuição da parte pelo todo (pars pro toto), ou do todo pela parte (totum pro parte).
Figura de linguagem, para muitos autores indistinta da figura da metonímia, ou considerada como um tipo de metonímia na qual se exprime uma parte por um todo ou um todo por uma parte (Moscou caiu às mãos dos alemães), o singular pelo plural (quando o Gama chegou à Índia), o autor pela obra (estou a estudar Pessoa), a capital pelo governo do país ("Washington decidiu enviar tropas para o Iraque"), uma peça de vestuário pela pessoa que o usa (um vestido negro surgiu pela porta), etc. Na verdade trata-se da inclusão ou contiguidade semântica existente entre dois nomes e que permite a substituição de um pelo outro. Na literatura, abundam sinédoques com fins estéticos de provocar o inusitado nas expressões escolhidas:
"Ficou sem teto" – o teto representa a casa inteira.