segunda-feira, 27 de julho de 2009

Sonho ou realidade?

Depois de uma noite conturbada, com febre, tentando dormir a todo custo. Com o corpo corrompido de dor em um quarto úmido ouvindo o barulho da chuva tentei me acalmar e dormir. Impossível, impossível dormir com tanta dor e tanta febre, resolvo retirar o cobertor, pois o calor se tornou insuportável, coloco novamente, comecei a tremer de frio. Tomo pela terceira vez o meu Antitérmico e tento me concentrar em um pensamento bom para quem sabe adormecer.

Sinto que levemente minhas pernas começam a ficar dormentes, a respiração ofegante, os pés são gelo puro, com muito esforço, cubro-os com mais cobertor, de nada adianta. Como se eu estivesse submergindo em uma piscina gelada percebo o frio chegar na minha cintura, as mãos param de tremer e os dentes também param de ranger e penso que finalmente conseguirei dormir.

Estranho o gelo é confortante, sinto meu coração bater menos, fico com medo, mas ao mesmo tempo estou confortado.

E por fim como o ultimo “insight” penso que ela chegou. A morte.

Escuridão, vácuo e o nada, apenas o vazio que resta.

Vencendo o meu medo e a muito custo, abro os meus olhos, o escuro toma conta, estou de pé e pergunto-me: A morte é assim?

Tento andar, mexer e olhar para outro ângulo, mas não consigo. Apenas olho, olho para o nada e percebo que apesar de sentir meu corpo é como se ele não estivesse lá, com muita insistência consigo olhar para baixo e nada vejo, é como se eu fosse um fantasma apenas vejo o escuro que me cerca. Percebo uma luz a minha esquerda e uma à direita. A primeira vermelha e a segunda azul. Finalizando ao centro uma luz branca. Uma voz vinda dela me perguntando:

Foste feliz na vida? Você proporcionou felicidade às pessoas?

Pergunto: - Onde estou?
Ouço: - Você está e isso é o que importa.

Pergunto: Você é Deus?

Ouço: Não, mas posso ser se você quiser. O lugar que se encontra é alem do bem e do mal, aqui a escolha é sua.


Tomado pela cólera, tento gritar: Não escolhi nada, apenas acordei aqui e não sei o que é você ou de onde veio.

A estranha voz se propaga novamente me dizendo:

Apenas tente entender, o seu conceito de bem e mal aqui não tem valia. As decisões são tomadas por você e o único responsável por tudo é você. Não culpe ou outros ou algo que você desconhece. Apenas aceite que; o conceito de bondade e maldade são meras decisões, neste lugar o pensamento de seres como Deus e Diabo não são válidos.

Tentarei esclarecer algumas de suuas duvidas: você não está no céu, muito menos no inferno. Eu apenas "sou" ou posso ser o que você quiser, posso ser o “super eu” ou o “super você”. Apenas sou se você também existir. Sem a sua existência eu nada sou. Una as cores vermelho e azul e obterá uma terceira. Misture ao grande breu negro que domina este lugar e terá outra, acrescente o branco e uma nova surgirá. E com o amarelo, brinque de criar cores. Isso é o básico que você pode fazer, mas sem a luz da sabedoria, nenhumas das cores são importantes.


Senti-me acuado e comecei a andar no sentido da voz que vinha do centro iluminado, já com as luzes se misturando e formando verdadeiros fachos coloridos. Consegui chegar ao epicentro da luminosidade. Senti novamente meu corpo e somente neste instante é que percebi que eu estava completamente nu.

Minha voz se uniu à voz do ser estranho como se ele estivesse dentro de mim, senti que a voz dele saia exatamente da minha boca, como um som de trovão eu indaguei:

- Sou feliz em minha vida e ainda proporciono muita alegria.

Uma enorme explosão aconteceu e me vejo agachado, olho de soslaio para cima e vejo que as luzes giram mais rápido e todas as cores se tornam um brilho insuportavelmente claro, fecho com muita força meus olhos..

Acordo e vejo um rosto conhecido e tento dizer com a garganta um pouco seca:
- Mãe .. O que aconteceu?

- Calma, teve apenas um sonho, provavelmente um pesadelo.
- Mas eu preciso.......
- Não, por hora deite-se, a sua febre baixou e em poucos minutos ficará bem. Você tem muita força e fico feliz com isso. Tenho muito orgulho de você meu filho.

Um sorriso do rosto cansado daquela pessoa que tanto amo sela o nosso amor.

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